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História Ilha Grande
Em 1502 o navegador Gonçalo Coelho descobriu a Ilha Grande, era um dia 06 de Janeiro – Dia de Reis. A princípio eles pensavam que a ilha fosse um continente e ao seu leste, a desembocadura de um grande rio.
O nome surgiu por índios Tamoios que a chamavam de “Ipaum Guaçu”, expressão que significa Ilha Grande.
Local preferido pelos navegantes portugueses, espanhóis, ingleses, franceses e holandeses, a Ilha Grande foi palco da história do Brasil desde a época do seu descobrimento. Em 1559, Don Vicente da Fonseca foi designado pelo Reino de Portugal para tomá-la à posse lusitana e administrá-la.
Em meados do século XVI, começa uma longa e encarniçada guerra de resistência à colonização europeia, a Confederação dos Tamoios (1554 a 1567 – foi a segunda grande luta de resistência social havida na história do mundo, antecedida pela insurreição asteca, em 1520 – tendo sido, no entanto, de proporções e duração muito maiores), contra os invasores portugueses; os Tamoios tiveram ajuda dos franceses (“mair”, como os chamavam os Tupinambás), enquanto que os portugueses (chamados de “peró”) foram ajudados pelos índios Tupiniquins; bateram-se ao longo do litoral brasileiro numa surpreendente extensão que se alongou do Espírito Santo até São Paulo, tendo sido a região de Angra dos Reis um dos principais redutos da resistência indígena, fato que retardou a sua colonização por mais de meio século.
Em 1803 o povoado obtém sua primeira identidade jurídica: Freguesia de Santana da Ilha Grande de Fora. A Ilha Grande tornou-se um famoso entreposto do tráfico ilegal de escravos até a abolição da escravatura em 1888. Somente depois de proclamada a República, em 1891, foi criado os dois primeiros distritos: Abraão e Sítio Forte, hoje Araçatiba.
No período de 1725 a 1764, com o avanço da cultura da cana-de-açúcar, começa a acontecer a colonização da Ilha Grande, num ciclo que se estenderá até a primeira metade do século XIX. O café, introduzido um pouco mais tarde, perdurou entre 1772 e 1890, chegando, inclusive, a ser exportado para a Europa. Com o término da escravidão, na segunda metade do século XIX, a cultura do café tornou-se inviável e foi abandonada. A Ilha Grande entrou em um período de decadência. No mesmo período, ocorreu o fim da “Invencível Armada” Lusitana. Desse fato resultou a intensificação do contrabando do Pau-Brasil e muitos outros tipos de contrabando.
No século XIX, D. Pedro II visitou a Ilha Grande. Ele ficou encantado pela sua beleza e tranquilidade e resolveu adquirir a Fazenda do Holandês (hoje, Vila do Abraão) e a de Dois Rios. Na Fazenda do Holandês foi construído o Lazareto, que serviu de centro de triagem e quarentena para os passageiros enfermos que chegavam ao Brasil (mais especificamente nos casos de cólera) chegando a atender mais de quatro mil embarcações durante seus 28 anos de funcionamento.
A água para abastecer o Lazareto foi desviada do Córrego do Abraão, sendo para tanto construída uma barragem e o Aqueduto, um dos monumentos de maior importância histórica da Ilha Grande. Existe, ainda hoje, perto da barragem, o banco de pedra, denominado “Banco de D. Pedro”, utilizado pelo Imperador para descanso.
Em 1903 foi criada a Colônia Correcional de Dois Rios. Por outro lado, o Lazareto foi desativado, passando a funcionar como presídio político. No final da Revolução Constitucionalista de 1932, seus internos passaram para a Colônia Correcional de Dois Rios. Posteriormente o Lazareto foi demolido, mas suas ruínas permanecem até hoje.
Em 1940 foi construído o Instituto Penal Cândido Mendes em Dois Rios, com capacidade para mil presos de alta periculosidade. À convivência dos presos político do regime militar com os presos comuns, dentro dos muros do presídio, é atribuída a origem do chamado “crime organizado”, pontuando com acontecimentos marcantes, tais como, fugas de helicóptero e outros, com ampla cobertura da mídia nacional e internacional.
A atividade pesqueira veio substituir a agricultura decadente, no inicio na década de 30 do século XX, com a salga de peixe. Na década de 50, a pesca chega ao auge, quando chega a vinte o número de “fábricas de sardinha” instaladas na Ilha Grande
No ano de 1994, o Governo do Estado do Rio de Janeiro, através do Governador Leonel Brizola, faz a demolição da maior parte das dependências do presídio. Com a decadência da agricultura, inicia-se a regeneração de capoeiras nas áreas abandonadas e etapas superiores de sucessão vegetal.
Com a desativação do Presídio da Ilha Grande, inicia-se o desenvolvimento do turismo, que permanece até então.
* Uma revisão histórica, anunciada pelo almirante Max Justo Guedes na “Conferência dos 500 anos” de Angra dos Reis, promovida pela prefeitura em 2002, trouxe à luz a oficialidade sobre o nome do verdadeiro descobridor: o navegante Gonçalo Coelho. Antes deste tratado o navegante André Gonçalves foi por muitos anos considerado o descobridor da Ilha Grande. Esta revisão foi feita com base na fonte: “Tratado Descritivo do Brasil”, de Gabriel Soares de Souza.
Bibliografia: Apontamentos para a história do Rio de Janeiro, Angra dos Reis e Ilha Grande. Carl Egbert Hansen Vieira de Mell
6ª FUGA DA ILHA GRANDE A NADO MAS
A Fuga da Ilha grande a nado levou em consideração a história da ilha e o evento Fuga de Alcatraz, evento de natação realizado nos EUA nas águas congelantes da Baía de São Francisco.
ENSEADA DO BANANAL - LOCAL DE LARGADA FIG
O Bananal é o terceiro ponto turístico mais importante de Ilha Grande. Sua enseada de águas calmas e transparentes de cor predominantemente azul já se constitui um atrativo natural fantástico. O cenário natural da Enseada do Bananal é digno de contemplação!
Sua população caracteriza-se como uma comunidade de pescadores com forte influência japonesa que tem sua economia baseada no turismo, transporte marítimo, pesca e serviço público municipal. É notável os traços deixados pelas antigas fábricas de pescados. Em 1950, imigrantes japoneses instalaram as primeiras fábricas de processamento de sardinhas. Por volta de 1970, a Enseada do Bananal contava com 7 fábricas processadoras de pescado. Foi quando os pescadores nativos trocaram suas canoas a remo e suas redes de barbante cozidas na resina da aroeira por barcos a motor e redes de nylon, muito maiores que as de barbante. Com a escassez da matéria prima devido à pesca predatória, as fábricas fecharam e com o fim do presídio e o advento do turismo na Ilha, surgiram as primeiras pousadas adaptadas aos prédios das antigas fábricas. Devido ao fato da região ter sido a maior produtora de bananas da Ilha nos séculos XVIII e XIX, e até mesmo depois, a praia ficou conhecida como Bananal.
A comunidade do Bananal, composta por diferentes culturas, conta cerca de 370 pessoas. É servida por rede de energia elétrica e telefone somente celular que nem sempre funcionam bem.
A Enseada do Bananal é composta por cinco praias. A Praia do Bananal (principal), a Praia do Bananal Pequeno, Praia da Baleia, Praia do Matariz e Praia da Jaconema. A região possui ótimas trilhas para caminhada, são quatro direções à seguir, porém, as atividades mais praticadas são passeios de escuna ou barco e mergulho autônomo
Em meados dos anos 2000, a maricultura se mostrava promissora na Baia da Ilha Grande. Nessa época, o turismo se destacava como uma das principais atividades econômicas da região. Foi nesse período, que Carlos Kazuo e Hiroko Odaka, proprietários da Pousada Nautilus (Jaconema – Ilha Grande), estiveram em Santa Catarina. Em visita as fazendas marinhas, especializadas na produção de ostra e mexilhão, vislumbraram em negócio em potencial.
Em 2002, o casal, então, ingressou na atividade, com o cultivo da macroalga (Kappaphycus avarezii). Na sequência, novas espécie foram inseridas, como o mexilhão e a ostra, e em 2004, iniciou-se o cultivo de vieiras. No ano de 2008, a AMBIG, Prefeitura de Angra dos Reis e FURG iniciaram, em conjunto, pesquisas para criação de peixes em tanques rede, com espécies como a garoupa, xerelete, robalo e bijupirá. A fazenda Maricultura Costa Verde recebeu o experimento. Atualmente, a empresa é a maior produtora de vieira nacional e figura entre as maiores na piscicultura marinha, com o bijupirá.